16 de maio de 2006

ÚLTIMA CONFIDÊNCIA

A minha vida,
Flor margarida,
É como fumo que esvai
Pelas narinas do tempo;
É como o sopro do vento
Que não sabe pr’onde vai...

Vaga minh’alma tão triste
Por um deserto medroso!
E a solidão fria persiste
Pelo meu mundo assombroso!

Nesse existir transparente,
Em que me vejo afundando,
Guardo apenas o presente
Do teu perfume exalando.

A minha vida,
Ó flor amiga!
É como o sol do sertão
Que queima sem piedade;
É como a dor da saudade
Que arde sem ter compaixão.

As formas exatas d’antes
Não se repetem em mim:
Os sonhos voaram distantes,
Buscaram outro jardim.

Outrora, via minha vida
Em verde-bálsamo deitada.
Hoje sou poeira perdida
No vão esquecido da estrada.

E desta vida,
Ó flor querida!
Resta-me apenas deixar
Tudo sangrar, fenecer...
Sem jamais ter que sonhar...
Somente morrer... morrer.
Poema extraído do livro "Vendavais" de Gilmar Pereira Lima

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá!

Anônimo disse...

Tudo bem?

Elza

Anônimo disse...

Gostei desse poema.
Valeu!

Anônimo disse...

te









































































































































































nho muito orgulho de ser sua irmã

Unknown disse...

tenho muito orgulho de ser sua irmã seu blog está lindo beijos ELZA