24 de dezembro de 2006

Feliz Natal

FELIZ NATAL!
FELIZ NATAL!
FELIZ NATAL!

11 de julho de 2006

MEU ANJO

OLHANDO PARA O CÉU
VI A BELEZA DO CÉU AZUL
A COR DAS NUVENS
E UM ARCO ÍRIS RELUZENTE
ASSIM COMO O BRILHO DO SEU OLHAR
O SABOR DO SEU BEIJO
A COR DA SUA CHAMA
QUANDO ME SEDUZ
COM SUAS VESTES
SEU SORRISO
E SUA VOZ QUE ME CHAMA
QUANDO DANÇA
QUANDO PASSA A LINGUA
SOBRE OS LÁBIOS
COMO SE FALASSE
VEM
VEM ME AMAR
POR QUE EU SOU O SEU ANJO
EU SEI QUE VEJO
EU VEJO UM ANJO
ME ATRAINDO
ME APAIXONANDO
ME PRENDENDO AO SEU LADO
COMO UM IMÃ
COMO UMA CORRENTE
MAS FEITA DE AMOR
DE CALOR
DE DESEJO
MEU DOCE ANJO
AI QUE DOCE BEIJO!
EU QUERO MAIS
EU TE QUERO
MAIS...
MAIS...
E MAIS...
EU TE QUERO MEU ANJO.


Contribuição do poeta Ivonaldo Martins: O Pesquisador - 10/07/06

19 de junho de 2006

A DEUSA


VIESTE DE UM TEMPO
ONDE AS ROSAS NÃO MURCHAM
AS NOITES SÃO BELAS
POR NÃO FALTAREM ESTRELAS
O CÉU É MAIS BONITO!
E O ARCO-ÍRIS SEMPRE APARECE
NAS TARDES EM REVOADAS
ÉS COMO PÉROLA
AO LADO DOS DIAMANTES
QUE SE MISTURAM
NO BRILHO DAS ESMERALDAS
SOU SEU POETA EXPLÍCITO
RECITANDO O SEU AMOR
POR SER A DEUSA DOS SONHOS
NO MEU CORAÇÃO SE ENCANTOU
GUERREIROS MORREM POR TÍ
ADORANDO TUA FACE
ÉS MIL MOTIVOS DA PAIXÃO
ESCULTURA EM FORMA DE ARTE
VIDA MINHA
MISTÉRIO DO MEU SILÊNCIO
SOFRO POR NÃO TE REVELAR
QUE SOU TEU PRISIONEIRO
A MIL ANOS DO SEU TEMPO.


*AUTOR: Ivonaldo Martins E-mail: poetapesquisador@yahoo.com.br

O VASO DA MISÉRIA

O sol que queima é ardente
Nas terras do Homem ninguém
E o vento que sopra a poeira
Nas bocas que louvam amem.

Na oração penitente
Viuva de um velho peão
Trabalhador tão latente
Devoto de calos na mão.

E a gente tocando viola
Fazendo o verso e canção
Sonhando com a tal mudança
Que vai melhorar o sertão.

E os ferros que marcam o povo
Tão Quente em brasa acesa
E ainda aqui vem mentiroso
Para enganar a pobreza.

Levante Oh! Meu nordeste
Nós temos o mesmo direito ♫ Bis.
Eu quebro o vaso da miséria
A terra é nossa e não tem preço.


*Poema de Ivonaldo Martins - grande poeta candidosalense.

16 de maio de 2006

ÚLTIMA CONFIDÊNCIA

A minha vida,
Flor margarida,
É como fumo que esvai
Pelas narinas do tempo;
É como o sopro do vento
Que não sabe pr’onde vai...

Vaga minh’alma tão triste
Por um deserto medroso!
E a solidão fria persiste
Pelo meu mundo assombroso!

Nesse existir transparente,
Em que me vejo afundando,
Guardo apenas o presente
Do teu perfume exalando.

A minha vida,
Ó flor amiga!
É como o sol do sertão
Que queima sem piedade;
É como a dor da saudade
Que arde sem ter compaixão.

As formas exatas d’antes
Não se repetem em mim:
Os sonhos voaram distantes,
Buscaram outro jardim.

Outrora, via minha vida
Em verde-bálsamo deitada.
Hoje sou poeira perdida
No vão esquecido da estrada.

E desta vida,
Ó flor querida!
Resta-me apenas deixar
Tudo sangrar, fenecer...
Sem jamais ter que sonhar...
Somente morrer... morrer.
Poema extraído do livro "Vendavais" de Gilmar Pereira Lima

14 de maio de 2006

CANÇÃO ALÉRGICA




O tom desafinado dos motores,
Diante do olhar primaveril,
Percorre os horizontes de concreto.

E s p a n d e - s e . . .
E s p a n d e - s e !
Confunde-se,
Perante a poesia,
Com a melodia melada
Dos esgotos – rios-esgotos.

Oh! Quantos albatrozes
Povoam o desértico olhar...!

No subúrbio,
Um pássaro voou
De um outro morto;
Um ébrio cachorro caiu
Bebendo água do rio.

Oh! Quanta evasão
Nos frios acordes da “modernagem”!

Da prima ao bordão
Não havia nenhuma harmonia;
Mas o vento insistente
Soprava uma nova canção:
Em dias-sol
Em lixos-lá
Em vidas-si
Em mundos-dó
Embora a tristeza ainda estivesse
Presente em cada olhar.

Oh! Quanta hipocrisia
Se fez moderna poesia!


Poema extraído do livro "Vendavais" de Gilmar Pereira Lima

26 de abril de 2006

SONHO FERIDO


Deusa loura,
Não mais sonharei
O que doura
Os lindos raios de sol
Nas tardes de arrebol.

Nunca mais tocarei
Ao luar
Ou jamais cantarei
Outro olhar;
Nunca mais olharei
As flores
Ou jamais falarei
De amores;

Pois passaste
Com suavidade e calma...
Mas deixaste,
No fundo de minh’alma,
Uma chaga sem cura
Que, por loucura ou sorte,
Há de ser só a morte
Minha glória
E única ventura.

Poema extraído do livro "Vendavais" de Gilmar Pereira Lima

DESCOBERTA (IN) PESSOAL


Eu estava solitário –
Pensativo de mim mesmo –
Quando tudo começou a fazer sentido.
A Vida batia à minha porta
E sorria abraçando a Morte,
Agradecendo aos seres humanos:
— Hoje eu aprendi a mentir.

Olhei além da vidraça
Do plenário, ora legal.
A Verdade era tão plena e espontânea
Que toda a pátria espelhava
A uniformidade social.
Mas uma voz insistente me alertava:
“HOJE EU APRENDI A MENTIR.”

A todo instante
Tudo se fazia repetir.
A TV era os meus olhos;
O mundo, meu ouvido.
A História toda era um livro esquecido,
Onde o vento também murmurava:
— Hoje eu aprendi a mentir.

E foi assim
Que dentro de mim tudo mudou –
A lua já não brilhava
Somente por brilhar,
E ninguém falava
Apenas por falar.
Então passei a pensar o que pensavam...
E hoje aprendi a mentir.



Extraído do livro "Vendavais" de Gilmar Pereira Lima.
Poema também musicado pelo grande amigo Noel Barbosa.

23 de abril de 2006

POR QUE AINDA TENTAM CONTRA OS DIREITOS DO ÍNDIO?


Na noite de quinta-feira (13 de abril de 2006), enquanto limpava o peixe para o dia seguinte — sexta-feira da Paixão —, meditei quanto as nossas ações selvagens na luta pela sobrevivência, a cultura, os costumes... De repente, deparei-me com a figura do índio e suas tradições. Em seguida surgiu uma onda de questionamentos: será que respeitamos as suas origens? Será que o nosso padrão comportamental é o ideal também para eles? Será que nosso instinto colonizador ainda continua em atividade? Ou será que tudo que tentamos representar é fruto de um imperialismo cada vez mais latente nos dias atuais? E que o dominar é mais importante que o respeitar? O compreender? O compartilhar?

Toda essa indagação revelava-me uma certa insatisfação. E o que mais me incomodava (não era o cheiro de peixe não), era o não concordar com a forma em que o índio fora tratado numa reportagem da Revista Veja, Edição de 29 de março de 2006, "As Falsas Vítimas do Progresso".

Meu Deus! Por quanto tempo mais esse povo terá que sofrer para provar que são os verdadeiros donos deste chão, deste país? Que tudo que possuímos pertencia a eles — os primeiros? E quantos e quantos deles foram exterminados pela ganância dos nossos ancestrais invasores? Será que o que passou, passou? Não tem mais nenhum significado? Não deixou nenhuma incurável ferida?

Só então, notei o quanto tem brasileiro a copiar os ideais imperialistas querendo que todos se adaptem a esse novo (talvez mais antigo do que posso imaginar) modo “evoluído” de agir e pensar. E, por herdarmos esse modo de ver o mundo, não admitimos nos sujeitarmos às tradições humildes daqueles que nos acolheram. E dessa forma vamos impondo um modelo “américo-europeu” de viver. Acreditando ser esse o ideal para o convívio e evolução do homem. E ponto final. Tudo que surgir depois será apenas uma tentativa de obstrução a “esse modelo” (inconscientemente, tratado por “progresso sócio-econômico-global”).

— Dizimai, se for preciso! Dizem a pré-texto de criação de uma cultura universalizada; enquanto tribos e mais tribos vão sendo engolidas pelo famigerado capitalismo.

Proteger as civilizações indígenas não é sentimento de culpa não. É o mínimo de dignidade que devemos demonstrar para com aqueles que foram ludibriados e massacrados pela desmedida tentativa de imposição dos nossos costumes. Essa prática do passado de impor a “ferro e fogo” ainda se faz presente – porém, imposta aos moldes modernos, através de “papel e tinta” e dos modernos meios de massificação.

É um desrespeito aceitar que alguém possa ter grandes propriedades e sujeita-las a exploração de qualquer indústria, ou forma de capital (como é dado à elite brasileira), enquanto que, por outro lado, o índio não tenha o mesmo direito de defender e explorar os recursos naturais do seu território (como qualquer cidadão brasileiro).

Sabemos que a preservação dos recursos naturais é fundamental. Porém, ultimamente, essa tarefa parece ter sido dada somente ao índio – profundo conhecedor do ato de explorar e preservar o ambiente de modo sustentável. Enquanto a outra parcela da sociedade explora, degrada, lucra e abandona. E ninguém olha para esse absurdo.

Assim, compreendi o índio daquela reportagem, como o peixe (anseio de minha tradição na Semana Santa) que, ou muito lutou, ou simplesmente não teve como se defender antes de parar na minha panela feito alimento saudável para o meu sustento, usurpado dos direitos de vivente para suprir as necessidades de outro.

O índio é patrimônio do nosso país. Aliás, o índio é o nosso país. Admitir isso, (repito) não é sentimento de culpa. É uma realidade que o indivíduo de concepção imperialista não consegue aceitar.

E enquanto limpava o peixe, aprendi que respeito deve ser mútuo e não unilateral. Pois essa recíproca está também no espírito pascoalino.