6 de outubro de 2011

AUSÊNCIA



Receio que não venhas nesta tarde
Apreciar o pôr-do-sol encantado!

Estou sentado diante de um mar imenso...
A brisa salpica o cheiro agitado
Das ondas que tentam fugir do denso
E furtivo existir. Mas não conseguem:
— São sempre puxadas de volta
Feito um lenço de um breve adeus!

Receio que não venhas.

E sem teu abraço,
Teu calor,
Teu beijo,
Sinto-me pobre peixe
Que nadou mares e oceanos
Mas morreu na praia da tua ausência,
Na solidão dos enganos.

Receio que não venhas nesta tarde
Apreciar o pôr-do-sol encantado
E que tua ausência me guarde
Apenas como uma solidão
Fria e covarde.

***

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