Receio que não venhas nesta tarde
Apreciar o pôr-do-sol encantado!
Estou sentado diante de um mar imenso...
A brisa salpica o cheiro agitado
Das ondas que tentam fugir do denso
E furtivo existir. Mas não conseguem:
— São sempre puxadas de volta
Feito um lenço de um breve adeus!
Receio que não venhas.
E sem teu abraço,
Teu calor,
Teu beijo,
Sinto-me pobre peixe
Que nadou mares e oceanos
Mas morreu na praia da tua ausência,
Na solidão dos enganos.
Receio que não venhas nesta tarde
Apreciar o pôr-do-sol encantado
E que tua ausência me guarde
Apenas como uma solidão
Fria e covarde.
***
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